Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Aos que continuam falando asneiras

Ricardo Gomes faz uma homenagem a José Cândido de Carvalho. Usa o Trianon, conta com uma apresentação teatral sobre José Cândido e sua obra da Fundação Oswaldo Lima e diz à Folha da Manhã que, como o poder público não faz a homenagem ao escritor, ele toma a iniciativa e faz.

Desfaçatez?

Escrevi a única (até agora) biografia de José Cândido e, modéstia a parte, foi elogiada até pelo escritor Moacyr Scliar, que sugeriu uma publicação em nível nacional. Alguns escrevem sobre José Cândido, como é o caso do próprio Ricardo Gomes, e sequer citam a biografia, embora usem-na para melhor elaborar seus artigos e crônicas.

A Fundação Oswaldo Lima há um ano vem apresentando o espetáculo (único) sobre a vida e obra de José Cândido. Kapi fez uma boa montagem para uma homenagem a José Cândido há alguns anos, quando Arlete Sendra e outros professores que estudam a linguagem do escritor campista promoveram uma espécie de seminário para discutir o imortal e suas personagens. Mas a montagem da Fundação, via Departamento de Literatura teve uma boa sequência. Agora, estreamos o espetáculo com bonecos e está uma beleza. Foi este o apresentado no evento organizado pelo Ricardo Gomes.

É fácil, para quem sabe falar, dizer o que quer. Até mesmo que o poder público não toma iniciativas como essa, de homenagear José Cândido. Mas Rosinha e, agora, Nelson Nahim, são sensíveis à questão cultural e as Fundações Oswaldo Lima, Zumbi dos Palmares e Trianon e a Secretaria de Cultura estão trabalhando no sentido de oferecer aos campistas o melhor possível em termos culturais.

O Museu de Campos ficará pronto em 2011 e se tornará um espaço de visitação obrigatória para todos que têm sensibilidade. Não só de Campos e região, mas de outros centros.

Estamos finalizando a edição do livro de Couto Reys, com o mapa que ele fez, de sua viagem a Campos. Obra rara, digitalizada, que estará disponível, queremos nós, durante a Bienal do Livro. O prefácio é de Aristides Arthur Soffiati.

Também estamos trabalhando para lançar na Bienal a obra do Visconde de Araruama, também digitalizada. Projeto apresentado a Rosinha, que aprovou e colocamos no seu Programa de Governo (reedição de obras raras) e que, agora, Nelson Nahim dará prosseguimento, por considerar importante que recuperemos a nossa memória. Em pouco tempo, teremos a obra de Oswaldo Lima, Hervé Salgado e Lamego, entre outros.

Sobre a Bienal do Livro, falam tanta besteira que nem dou importância. A maioria nem tem moral para falar absolutamente nada. Não vivo criticando o governo passado, a não ser genericamente. Não fui provocado o bastante para detalhar o que encontrei na Fundação. A Bienal de 2006 foi um fiasco. A de 2008 não tem classificação. Estamos tentando realizar uma bienal a altura das tradições da nossa terra. Rosinha aprovou o projeto da Bienal em novembro do ano passado. Nelson Nahim quer uma Bienal que tenha participação da sociedade como um todo e estamos atuando nesse sentido.

O Palácio da Cultura será totalmente restaurado. Rosinha não pode realizar a obra porque a Secretaria de Educação precisa sair do prédio. Agora que a Secretaria, finalmente, conseguiu sua nova sede, Nelson Nahim já determinou à Secretaria de Obras que elabore o projeto de restauração. Vamos ter, em 2011, um novo Palácio da Cultura, com o projeto paisagístico do grande Burle Marx. Já contactamos seu escritório e, com o projeto elaborado por ele, seus sucessores transformarão o local num lugar bonito, aprazível, iluminado artisticamente, com acessibilidade, uma biblioteca Brailler (já temos o Espaço Brailler, inclusive com áudio-livro) e o retorno do nosso Salão de Artes.

A nossa escola de teatro está formando atores em condições de atuar em qualquer centro. São mais de 100 alunos que vão encantar as nossas platéias. Mais ainda: vão criar grupos de teatro, coisa que os governos Arnaldo/Mocaiber liquidou (claro que reconheço que os artistas não resistiram às migalhas do poder e pararam de produzir).

Nem sei porque estou escrevendo sobre o que realizamos na Fundação. É tanta coisa que não cabe numa postagem. Talvez seja porque não suporto ouvir tanta asneira de gente que aproveita o espaço precioso da mídia para tentar mostrar uma importância que não tem.

  

3 comentários:

Anônimo disse...

"Escrevi a única (até agora) biografia de José Cândido e, modéstia a parte, foi elogiada até pelo escritor Moacyr Scliar, que sugeriu uma publicação em nível nacional."


O livro "José Cândido de Carvalho, vida e obra"(Avelino Ferreira) é indispensável a qualquer pessoa interessada em conhecer a literatura de Zé Cândido.

Deveria ser leitura - prazerosamente - obrigatória em todas as instituições de ensino do nosso município.

Não sei se através da Academia Campista de Letras, da FAFIC, da Fundação Oswaldo Lima. Mas, o citado do livro precisa de uma nova edição.

Professor Moisés Pereira da Silva.

carlinhos-j.carioca disse...

Caro Avelino,é indiscutivel o seu trabalho,esforço e competencia a frente desta Fundaçao.Pelo seu curriculo "cultural" vc esta desenvolvendo um grande trabalho e ira´deixar marcas positivas ano só na cultura como tambem apoio aos nossos artistas,que desta vez estao tendo um espaço efetivo em nossa cidade.vc ja mostrou a sua competencia no trabalho que realizou a frente dos festejos de sao Salvador.Agora traga essa Bienal que com certeza será um sucesso.Um bom trablho se faz com açoes efetivas,competencia e dedicaçao,e nao com palavras evasivas,encompetencia e criticas destrutivas.
E vc na cultura é dez!
Um abraço e um bom dia,
carlinhos-j.carioca

Anônimo disse...

Avelino, nos conhecemos na Bienal. Sou Aline, você autografou o livro "A vida e obra de José Candido de Carvalho". Estou gostando muito da leitura.

Gostaria de saber o que te levou a escrever essa biografia?

Quais as maiores dificuldades que você encontrou, além das que você relatou no livro, para terminar seu trabalho?

De que maneira você acha que esse trabalho pode influenciar na cultura campista e aos artistas de Campos?


Desde já quero agradecer, já que essas perguntas foram elaboradas para um trabalho Acadêmico que estou fazendo na Faculdade de Filosofia de Campos, para o curso do 6° período de Jornalismo.

Att. Aline Machado.
alinemachaddoo@yahoo.com.br