Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







terça-feira, 18 de outubro de 2011

Projeto que retira os royalties de Campos será votado nesta quarta

Garotinho e Rosinha chegam à reunião da bancada do Rio, com Zoinho, Neilton Mulim,
Simão Sessim e Paulo Feijó; e conversando com o senador Francisco Dornelles (Fotos de André Couto)

A reunião da bancada do Rio de Janeiro que terminou há pouco pode ser considerada como histórica: a ficha caiu para os que ainda tinham alguma ilusão com o governo federal. O relatório do senador Vital do Rêgo (PMDB – PB) é tão prejudicial ao Estado do Rio que conseguiu juntar toda a bancada, mesmo com as diferenças políticas e pessoais, com exceção de três parlamentares: Edson Santos e Benedita da Silva (PT), e Brizola Neto (PDT).

 
O clima chegou a um grau de tensão tão grande que o deputado Simão Sessim (PP), sempre moderado, afirmou que a bancada do Rio deveria fazer obstrução de todas as matérias de interesse do governo a partir de amanhã. O deputado Rodrigo Maia (DEM) foi outro exaltado, sugeriu que a bancada do Rio com todos os seus 46 deputados sente em cima da mesa da Câmara e não deixe haver sessão, e ainda indagou: “O presidente Marco Maia mandaria prender todos os deputados do Rio?”. O deputado Otávio Leite (PSDB) foi mais longe, propôs que amanhã após o ato na rampa do Senado, ao meio-dia, todos os parlamentares do Rio sigam para o Palácio do Planalto até a Casa Civil, para serem recebidos por quem estiver lá, até mesmo pelo vice-presidente Michel Temer, presidente em exercício até a volta da presidente Dilma.

 
Só para vocês terem idéia de algumas perdas e loucuras do projeto:

 
Em relação aos royalties atuais (o que já é explorado, não é o pré-sal), a participação do Estado do Rio cai de 26,5% para 20%. Os municípios produtores de 26,5% caem ainda mais, para 17%, mas com um detalhe, em 2013 perdem mais 2 pontos percentuais ficando apenas com 15%. Além disso, o projeto prevê a redução de um ponto percentual a cada ano, até 2019, quando os municípios produtores ficariam com apenas 4%, quando atualmente recebem 26,5%. O projeto é uma loucura, um assalto. É tão inconstitucional que muda a localização de poços.

 
Pasmem, mas o relatório que será votado nesta quarta-feira no Senado estabelece que poços que hoje geograficamente pertencem ao Espírito Santo passariam a ser considerados do Rio de Janeiro; a maioria dos poços do Rio passaria para São Paulo, e uma boa parte que hoje é de São Paulo iria para Santa Catarina, terra da ministra Ideli Salvatti (PT). Enfim, é um relatório de 42 páginas que é um verdadeiro tapa na Constituição Federal, além de ficar claro que todos os cálculos foram feitos por técnicos do governo federal. Agora vamos fazer o possível para não deixar consumar o assalto contra o nosso estado e que a nossa Constituição seja rasgada.

 
Mas chega a ser inacreditável, verdadeiramente inconcebível, e duvido que a imprensa tenha coragem de mostrar amanhã, que enquanto a batalha dos royalties foi travada durante todo o dia no Congresso Nacional, Cabral e seu vice Mão Grande estavam em Piraí, alheios a tudo, erguendo brindes com cerveja como se estivessem numa comemoração (vejam abaixo). E pasmem, brindavam ao fato que a AMBEV anunciou que vai expandir a fábrica que funciona em Piraí, nem inauguração era. Aliás, fábrica que foi instalada no meu governo. E segundo notícias da mídia sul-fluminense fazendo campanha escancarada para o Mão Grande.
(Do blog do Garotinho)

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