Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quinta-feira, 26 de abril de 2012

Igualdade na desigualdade - sistema de cotas é mantido

Após roubar as terras dos nativos, dividi-las e vendê-las aos fazendeiros que escravisaram os nativos e, depois, os negros africanos, garantindo a hereditariedade dos bens adquiridos, os ricos brasileiros, por sua vez, redividiram as terras e os demais bens para seus herdeiros que continuaram escravizando os despossuídos. Até que chegou a nossa era, com ensino público obrigatório e muitos outros benefícios em diversas áreas. Quem não se lembra dos carimbos de indigente? 

Mas o discurso dos herdeiros daqueles exploradores do passado e alguns outros que conseguiram bens por conta própria passou a ser o da igualdade de oportunidades e de direitos. Com isso, mantiveram as desigualdades, pois não se pode falar em igualdade entre desiguais. É como colocar no ringue um fracote como eu para lutar com um boxeador profissional dos pesos pesados e manter as regras da luta. Um soco e um nocaute. 

Por isso as cotas foram criadas, dando oportunidades iguais aos desiguais. Garantindo o acesso às universidades daqueles que não têm condições de disputar a vaga com os que tiveram todas as chances de estudar e aprender. As cotas objetivam sanar um problema crônico que é a desigualdade nesse aprendizado. O dia que não houver a desigualdade gritante, economica e social, elas não terão mais sentido. Mas até lá, as cotas são necessárias.

E foi esse o entendimento do Supremo Tribunal Federal que hoje, bateu o martelo em favor da constituicionalidade das cotas raciais nas universidades. O STF julgou, na verdade, uma ação proposta pelo DEM contra o sistema de cotas na Universidade de Brasília, que reserva 20% das vagas para afro-descendentes (negros e pardos).

Nenhum comentário: