Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







terça-feira, 1 de maio de 2012

Cepop, uma obra magnífica e a minha vaidade na velhice

(Fotos: Oguianne Sardinha)
Este blogueiro com os amigos Vladimir, presidente do PR

Eliana Garcia, coordenadora de Projetos Especiais da SMEC

Edmar

André Luis

Neusinha da Hora

O mestre Gamboa e Thiago Ferrugem

Juca e Seleana

Seleana e Rosa da Coesa

Alegria de Oguianne, Maria Lúcia e Rose

Postei alguns flashs do Cepop nos quais eu apareço, ao lado de amigos meus. Alguns leitores ironizaram pela minha auto-promoção. Perguntaram até se eu sou candidato em outubro. Tudo isso porque nunca busquei "aparecer". A fama que conquistei foi devido à minha luta em prol do Direito, da Justiça, dos trabalhadores e do socialismo. Mas confesso minha alegria ao ver o Centro de Eventos Populares, o Cepop, bombando. E a alegria dos foliões me contagiou.

A minha amiga Oguianne fez questão de registrar alguns momentos e eu mesmo registrei outros, com minha esposa e filhas, minhas irmãs, meus colegas jornalistas. Enfim, é também uma maneira de mostrar à prefeita Rosinha Garotinho a  minha alegria por esta obra magnífica, necessária e há muito reivindicada por todos aqueles que desejavam um espaço público para eventos digno da nossa cidade. A obra superou as expectativas. 

Outro motivo para a publicação desses registros , creio eu, é a velhice. Nunca liguei muito para registrar momentos meus. Tanto que tenho poucas fotos de inúmeros momentos que, hoje, sinto falta. A luta contra a ditadura, seja no jornalismo, nos sindicatos ou junto aos estudantes não as tenho registradas.

As reuniões políticas com figuras importantes no cenário nacional em toda a década de 1970 estão apenas na memória. Do movimento cultural no Rio no início dos anos 70, não tenho fotos. Do movimento político/cultural em Belo Horizonte entre 1975 e 1978, não tenho registro.

Das andanças com Brizola, Neiva Moreira, Abdias do Nascimento, Cibilis Viana, Adão Pereira Nunes, Darcy Ribeiro, Edmundo Moniz, desde o retorno deles ao Brasil até a campanha vitoriosa de 1982, não tenho fotos. Adão voltou mais cedo e lançou seu primeiro livro na nossa livraria em Ipanema, em 1973. Não tenho registro.

O velho Prestes, a quem eu tinha um respeito e um carinho imensos, não tenho fotos. Minhas relações como político e amigo com os deputados cassados Lysâneas Maciel, Antonio Carlos Pereira Pinto, Aristóteles Miranda, Sadi Bogado, não tenho fotos. De José Maurício, Walter Silva, Saturnino Braga, Jacyr Barbeto, José Alves de Azevedo, Alberto Dauaire entre outros políticos amigos meus, não tenho fotos.

Aqui em Campos, com o grupo de jovens que iniciava um movimento, mesmo antes da abertura política, de resistência cultural e política ao statu quo, cuja liderança era Garotinho, não tenho fotos. Mesmo no grupo de teatro do qual participava Rosinha, quando ainda namorava Garotinho, não tenho fotos. Alguns esparsos registros.

De Jorge Freitas, Ivan Senra, Avelino Leôncio, Magdala França Viana, Irineu Marins, Olavo Marins, entre outros amigos da resistência pós anistia, não tenho fotos. Enfim, o que quero dizer é que nunca me importei muito com isso. Se pareço me importar agora, o motivo só pode ser a velhice, como se quisesse perpetuar a minha imagem. Normal para quem está com o pé na cova. 

De qualquer maneira, para além da vaidade, que deveria ser juvenil, a intenção é registrar minha alegria de estar num espaço para eventos inimaginável há algum tempo, embora sempre sonhado. Os artistas e o povo de Campos por certo reconhecem a importância do Cepop. E não há como não parabenizar a prefeita Rosinha Garotinho pela sensibilidade, pela ousadia. As poucas vozes de seus oponentes não terão eco e, como ocorreu com Brizola quando fez a Passarela do Samba no Rio, até os adversários mais ferrenhos vão se render ao óbvio.     

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