Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







domingo, 15 de julho de 2012

Um pouquinho da história da Catedral


Imagem da praça e da Catedral a partir do chafariz
         
Em 1860, a Matriz (Igreja de São Salvador) estava ruindo. O Visconde de Araruama, que residia na praça em frente a igreja (hoje totalmente restaurada pela prefeita Rosinha Garotinho, abrigando o Museu de Campos) entrou em entendimentos com o vigário e com a Câmara e decidiu construir um novo prédio. Homem de recursos, o Visconde foi aconselhado, porém, a desistir da idéia. Temiam seus amigos que ele não conseguisse levar a termo o empreendimento. Mas o Visconde não exitou e, segundo relato de amigos seus, teria dito: “Deus me tem ajudado a preparar a minha casa, espero que também me ajudará a preparar a sua”. 

O vigário João Carlos, num sermão, agradeceu ao Visconde de Araruama, dizendo, inclusive, que “ao seu mandato tudo se desmorona até os alicerces; tudo se reduz a um montão de ruínas e destas surgem o magestoso templo que agora necessita urgentes reparos”. Em 1862, após imensos recursos terem sido despendidos pelo Visconde, seu cunhado e suas filhas, a Matriz estava novamente erguida, com mais solidez. Durante a reconstrução, o Santíssimo Sacramento e a imagem do Salvador foram instalados na Igreja Boa Morte que, assim, serviu como Igreja Matriz por dois anos.  A inauguração da nova Matriz foi muito festejada. 


Em 15 de junho de 1924, a matriz foi elevada à Catedral e o primeiro bispo da Diocese de Campos foi Dom Henrique Mourão, sagrado em 18 de outubro de 1925. Este bispo, em poucos anos, idealizou uma Catedral com novas linhas arquitetônicas. Quando foi nomeado vigário, em 4 de março de 1931 na Igreja Nossa Senhora do Carmo, então Catedral provisória, o Monsenhor João Barros Uchôa imediatamente iniciou uma campanha para realizar o sonho do bispo Dom Henrique, com o objetivo de “erguer  a nova e admirável casa de São Salvador”. 

Encetou uma campanha que durou anos, envidando todos os esforços para concretizar o sonho de toda uma comunidade que passou a ser seu. Até não católicos contribuíram para a nova catedral, convencidos pelos argumentos de Dom Uchôa (cujo busto foi eternizado na praça, em frente à Igreja). Com a reforma de 2004, a praça perdeu suas árvores, seus jardins e o busto de Dom Uchôa. 

(texto retirado do capítulo sobre a Catedral do livro que vou lançar no dia 30, às 19 horas, no Trianon)

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