Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







terça-feira, 26 de novembro de 2013

Câmara apresenta peça sobre Nilo Peçanha nesta quarta

Na quarta-feira (27), às 19h, a Câmara de Vereadores de Campos abre as portas mais uma vez para a cultura. Será encenada nas escadarias da Casa de Leis, a peça “A peleja do Doutor Nilo Peçanha contra o Dragão da Ignorância”. De autoria do dramaturgo e jornalista Winston Churchill e música de Átila Carvalho, a peça  contará artisticamente a vida de Nilo Peçanha, único campista e primeiro negro  a assumir a Presidência da República.

O espetáculo terá duração de 45 minutos e a participação de 20 atores. Atriz de teatro desde os 9 anos de idade, Samila Jabor, 27 anos, integra o elenco.  No papel da ‘rainha ignorância’, ela representa a alta sociedade da época, que jamais aceitaria um negro no poder. “Será o dragão que vai pelejar com Nilo em nome da rainha. Está tudo lindo, inclusive o cenário e figurino, que são de Roney Brandão”.

Assessora cultural da Câmara, Nana Rangel disse que os ensaios têm acontecido todos os dias. “Há um mês que estamos ensaiando, mesmo em dias chuvosos”, afirmou. Informou ainda que todos que assistirem, o espetáculo ganharão um livro com o texto da peça. "Será uma maneira agradável de conhecer a vida e trajetória de Nilo Peçanha", concluiu.  

Churchill considera Nilo um injustiçado pela história. “A obra dele é subdimensionada. Numa época em que no Brasil só se falava em formar “doutores”, já que só os filhos das classes abastadas tinham acesso aos estudos, Nilo percebeu que a industrialização era um caminho sem volta para o país, o que veio acontecer anos depois com Vargas. Foi então um visionário. Ele então criou os cursos técnicos, as escolas profissionalizantes, inclusive a Escola Técnica Federal de Campos (hoje Instituto Federal Fluminense), a época Escola de Aprendizes e Artífices, aonde Wilson Batista chegou a estudar”, disse.

Segundo Churchill, Nilo tem uma historia interessante porque foi o primeiro negro e homem de origem simples a ser presidente da República. “Era inclusive menosprezado pelas elites de Campos que o tratavam como ‘o mestiço de Morro do Coco’, numa alusão às suas origens”.

Em seu governo, Nilo Peçanha restaurou o Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio e incentivou a policultura, com o objetivo de diminuir a dependência econômica do país. Criou em 1910 o serviço de proteção ao índio, sob a direção de Cândido Rondon.

Administrou a questão sucessória com o lema Paz e Amor e concluiu o mandato em 1910, substituído por Hermes da Fonseca. Voltou a disputar as eleições para a presidência em 1921, como candidato da chapa Reação Republicana, de oposição às oligarquias estaduais, mas foi derrotado. Morreu em 1924, no Rio de Janeiro.

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