Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sábado, 2 de novembro de 2013

Zezé Motta em Campos para receber comenda Wilson Batista

Na próxima quarta-feira, dia 06, às 17 horas, a Câmara Municipal vai homenagear músicos, cantores e compositores de Campos com a Comenda Wilson Batista, no centenário de seu nascimento; ele que foi, sem dúvida, uma das maiores expressões artísticas da planície. 

Entre os homenageados, também expressões em nível nacional e internacional, como Roberto Ribeiro e Zezé Motta, Delcio Carvalho, Aluizio Machado, Jurandir da Mangueira, José Ramos, Sebastião Mota e o nosso querido Geraldo Gamboa. 

Para marcar a solenidade, a Câmara vai presentear os homenageados e o público com uma apresentação artística de excelência, sob a batuta de Renato Arpoador, com Jardel do Cavaco e Helena Rangel interpretando duas músicas de Wilson Batista e duas músicas de cada um dos compositores e cantores que receberão a comenda.

Zezé Motta disse que faz questão de cantar uma música, assim como Alex Ribeiro, filho de Roberto Ribeiro, já avisou que não pode deixar de cantar Estrela de Madureira (música que ouvi em 1974 do próprio Roberto, na época em que se preparava para gravá-la e que jamais saiu da minha memória, além de ter sido um dos grandes sucessos de Roberto). 

DÉLCIO CARVALHO

Nasceu no dia 9 de março de 1939, em Campos. Em 1956, após o serviço militar, transferiu-se para o Rio de Janeiro indo residir no Morro do Querosene, no bairro do Rio Comprido. Começou a carreira ainda em Campos, cantando na Rádio Cultura e como crooner em boates da cidade. 

Já no Rio, participou de vários programas de calouros, entre os quais "Pescando Estrelas" e "Trem da Alegria", além de shows de Gomes Filho, da Rádio Guanabara. 

É autor de cerca de 600 músicas, muitas delas com parceiros como Dona Ivone Lara (com quem completou 40 anos de casamento musical); Élton Medeiros; Ivor Lancelotti; Mário Lago Filho; Noca da Portela; Maurício Tapajós; Zé Keti e outros. Entre os maiores sucessos estão “Sonho Meu”; “Acreditar”; “Alvorecer”; “Esperanças Perdidas”; e “Candieiro da vovó”. 

ZEZÉ MOTTA  OU MARIA JOSÉ MOTTA DE OLIVEIRA 

Atriz e cantora, nasceu em Barcelos, no dia 27 de junho de 1944. Com dois anos de idade mudou-se para o Rio de Janeiro. Na capital fluminense fez curso de teatro no Tablado, de Maria Clara Machado. 

Zezé começou sua carreira de atriz em 1967 no elenco da peça “Roda-viva”, de Chico Buarque, sob a direção de José Celso Martinez Correa. Atuou também em “Fígaro, Fígaro”; “Arena conta Zumbi”; “A vida escrachada de Joana Martine e Baby Stompanato”; “Orfeu negro”; “Godspell” e outras. Como atriz trabalhou também em filmes como “Chica da Silva”; “Vai trabalhar vagabundo”; “A rainha diaba”; “Quilombo”; “Tieta”, e outros. Em televisão, participou de novelas como “Corpo a corpo”; “Pacto de sangue”; “A próxima vítima”; e nas minisséries “Memorial de Maria Moura”; “Chiquinha Gonzaga”; e “Mãe de Santo”, na TV Globo e TV Manchete. 

Como cantora tem vários discos, long-playings e CDs, como “Dengo”; “Negritude”; “Frágil força”; “Chave do Segredo”; e, com Paulo Moura, Djalma Correia e Jorge Degas, o CD “Quarteto Negro”.

GERALDO GAMBOA

Natural de Campos dos Goytacazes é um dos principais nomes da Velha Guarda do Samba de Campos dos Goytacazes, ou seja, melhor nome de referência da cultura popular de nossa terra. Falar de Geraldo Gamboa é exaltar o seu bom humor e simplicidade com a arte de cantar canções memoráveis que ecoam na Planície Goitacá.

Começou a compor quando era segurança do Hospital Henrique Roxo: para ocupar as horas quase sempre tranquilas, passou a levar papel e caneta para o trabalho. Foi assim que ele escreveu canções conhecidas do repertório de samba da planície, como “AQUELA NOTA DE 100’,” EU CHORO COM RAZÃO”, “EU ME SINTO BEM”, “VALEI-ME SENHOR” e “MEU ORGULHO É SER MANGUEIRA”, que fazem parte do repertório do CD BAMBAS da PLANÍCIE, lançado em 2009.

Fundador do Grupo Alcoólicos Anônimos, em Campos, e ex-membro do Partido Comunista, Geraldo Gamboa já foi carregador do Mercado Municipal de Campos, mas seu ofício real é o de alfaiate, conhecido pelas roupas impecáveis e seu traje preferido é o terno branco combinado com o sapato branco, típico do sambista, e o chapéu Panamá. Funcionário público trabalhou na Biblioteca Municipal Nilo Peçanha. Apresenta-se em shows pela cidade, em noites de roda de samba ao lado de nomes expressivos da canção local. 

ALUÍZIO MACHADO 

Nasceu no dia 13 de abril de 1939, em Campos. É integrante da ala de compositores da Escola de Samba Império Serrano, onde começou a desfilar com 14 anos de idade. Foi funcionário do Tribunal Marítimo, onde trabalhou na contabilidade e como arquivista. Como compositor, é autor de clássicos do samba-enredo como “Bum bum paticumbum prugurundum” (1982); “Mãe Baiana” (1983) – ambos em parcerias com Beto Sem Braço –; “E verás que um filho teu não foge à luta” (1996) – com Arlindo Cruz, Beto Pernada, Lula e Índio do Império); e sambas como “Falange do Erê” e “Minha Filosofia”, este último grande sucesso na voz da cantora Alcione.

JURANDIR DA MANGUEIRA OU Jurandir Pereira da Silva 

Nasceu no dia 16 de agosto de 1939, em Campos, e morreu no dia 25 de abril de 2007, no Rio de Janeiro. Integrou a Ala dos Compositores e a Velha-Guarda da Mangueira. Exerceu várias profissões, como sapateiro e caldeireiro na Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. 

Como compositor, tem entre seus parceiros Comprido, Darci da Mangueira e Hélio Turco. Durante sua carreira ganhou por 12 vezes o samba-enredo da Mangueira, entre eles "Yes, nós temos Braguinha"; "Abram alas, que eu quero passar - Chiquinha Gonzaga"; "100 anos de liberdade - realidade ou ilusão". Em 1984 Beth Carvalho interpretou de sua autoria "Vovó Chica", que ganhou regravação no disco ao vivo da cantora, de 1987. 

No ano de 1989, o grupo Fundo de Quintal, no LP "Ciranda do povo", lançado pela gravadora RGE, incluiu de sua autoria "Folha de zinco", em parceria com Ratinho. Um de seus maiores sucessos é a composição "Transformação", em parceria com João da Gente.

ROBERTO RIBEIRO 

Nasceu em Campos no dia 20 de julho de 1940 e morreu no Rio de Janeiro em 8 de janeiro de 1996. Pra muitos é considerado o maior cantor de samba de todos os tempos. Sua primeira escola de samba foi a Amigos da Farra, em Campos. 

No Rio de Janeiro, para onde mudou-se com o desejo de ser jogador de futebol, ingressou na Império Serrano onde, além de puxador de samba-enredo, foi também integrante da ala de compositores. Seus primeiros discos long-playing foram em dupla, o primeiro com Elza Soares e o segundo com Simone. 

Entre seus grandes sucessos destacam-se “Estrela de Madureira” (Acyr Pimentel e Cardoso); “Liberdade” (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho); “Vazio”, também conhecida por Está faltando uma coisa em mim (Nelson Rufino); e “Malandros maneiros” (Nei Lopes e Zé Luiz). 

SEBASTIÃO MOTTA

Nasceu na Fazendinha, propriedade da Usina Poço Gordo,  próximo ao distrito de São Sebastião, em Campos, no dia 19 de março de 1916 e faleceu em Campos no dia 7 de dezembro de 2000. Caçula de quatro irmãos. Com 13 anos de idade mudou-se para a cidade, indo morar numa pensão no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, bem perto do Cine Teatro Trianon. Estudou na Escola de Aprendizes Artífices onde aprendeu o ofício de alfaiate. 

Ainda na juventude mudou-se para o Rio de Janeiro onde concluiu o segundo grau pelo Artigo 100, mais tarde Artigo 99, no Colégio Pedro II, época em que conheceu vários artistas. A primeira música gravada foi “Ponta de cigarro”, em 1954, pela cantora campista Jucila Silva, na gravadora Continental, com arranjos de Radamés Gnatalli, Chiquinho do acordeão, João de Deus na flauta e Antônio Carlos Jobim no piano.

Depois, na mesma gravadora mas com a voz de Jamelão gravou Castigo do Céu e mais três músicas, entre elas o grande sucesso “Fechei a porta”, que tem mais de 100 gravações. Também obteve sucesso a marchinha “Nova Capital”, de 1956, em parceria com Aldacir Louro e Edgar Cavalcanti, interpretada por Linda Batista.


ZÉ RAMOS DA MANGUEIRA OU José Marcelino Ramos

Nasceu no dia 10 de fevereiro de 1913, em Campos, e morreu no dia 29 de dezembro de 2001, no Rio de Janeiro. Foi presidente da Ala dos Compositores da Estação Primeira de Mangueira, sendo um dos seus baluartes. Aposentou-se como funcionário na Fabrica Colombo. Nas décadas de 1930 e 1940, compôs vários sambas de terreiro que alcançaram sucesso na quadra da Mangueira. 

Em 1965, o produtor Hermínio Bello de Carvalho incluiu "Nasceste de uma semente", no musical Rosa de Ouro, sendo a música interpretada por Clementina de Jesus. No ano de 1989 o produtor japonês Katsunori Tanaka lançou no Japão o disco "Mangueira chegou", disco no qual foi incluída "Mangueira chegou" de sua autoria e interpretada pelo compositor. No ano de 1998, foi gravada a sua composição "Capital do samba", no CD "Chico Buarque de Mangueira", sendo interpretada pela Velha Guarda da Mangueira. 

Neste mesmo disco, trabalhou como diretor artístico. Um de seus poucos parceiros foi Geraldo da Pedra, seu compadre, com quem compôs diversos sambas de terreiro. No ano 2000, o Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro produziu um CD duplo em homenagem aos compositores da Mangueira: "Mangueira - sambas de terreiro e outros sambas". Neste disco constaram várias composições suas como "Meu amor já foi embora", em parceria com Cartola e interpretada pelo próprio parceiro e Carlos Cachaça. 

Outras composições suas deste mesmo disco foram interpretadas pelo próprio autor como "Castelo desmoronado", "Nasceste de uma semente", "Quando ouvi essa batida", "Jequitibá" e "Capital do samba". Neste mesmo ano, o selo Nikita Music relançou o CD "Mangueira chegou". 

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