O que não é fato
O que rola pela Internet:
Pastora Suzane
Richthofen é nomeada presidente da Comissão de Seguridade Social e
Família. Portanto...,
passou ser funcionária da Câmara de Deputados com salário pago com os
impostos que nós (babacas) recolhemos a esse governo.
Pastora Suzane
Richthofen Nomeada presidente da Comissão de Seguridade Social e
Família, Suzane Richthofen, personalidade brasileira que adquiriu seu
status após decidir assassinar os próprios pais, parece ter dado outro
rumo à sua existência. Presa desde 2002 em regime fechado na
Penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé (SP), Suzane
acaba de se tornar pastora evangélica. Além do mais, devido à sua
conduta impecável, logrou, junto à Sexta Turma do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), mudar o regime de fechado para semiaberto, quando é
possível deixar o presídio durante o dia para trabalhar.
E, de fato,
conseguiu um trabalho junto a outros criminosos que laboram poucas horas
por dia. Devido à intercessão do Deputado Marco Feliciano, Suzane foi
compulsoriamente filiada ao PSC (Partido Social Cristão) e, de quebra,
foi nomeada para a presidência da CSSF (Comissão de Seguridade Social e
Família), mais uma entre as controversas Comissões Permanentes da Câmara
dos Deputados.
Ora, mas também ela só matou o pai e a mãe, que mal há
nisso???
(Humberto Rangel, por email)
Os fatos, de fato:
A escolha do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a
Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara deu margem a boatos
envolvendo a nomeação de outros nomes para “cuidar” se assuntos de
importância nacional. Entre as histórias que mais se espalharam nas
internet estão a nomeação de Fernandinho Beira-Mar para a Comissão de
Meio Ambiente e de Suzane Richthofen para a Comissão de Seguridade
Social e Família.
O boato começou com o site de notícias falsas Diário Pernambucano (não confunda com o jornal Diário de Pernambuco),
que em abril (dias após a escolha de Feliciano para a CDHM) publicou a
nota contando que Suzane Richthofen havia conseguido liberdade
condicional do presídio de Tremembé (SP), havia sido filiada
“compulsoriamente” aos PSC (partido de Feliciano) e conseguido a
presidência da comissão na Câmara.
Apesar da história absurda sobre Suzane Richthofen, muitas pessoas
acreditaram no (ou quiseram espalhar o) boato e compartilharam a notícia
em redes sociais. Em três meses, a notícia do Diário Pernambucano
registra 118 mil compartilhamentos.
Simples fatos desmentem a história de Suzane Richthofen na Comissão
Dois fatos utilizados na notícia publicada são verdadeiros. Suzane
realmente está presa em Tremembé (SP), virou pastora evangélica na
prisão (de acordo com informações da Rede Globo) e a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara existe.
Por outro lado, o habeas corpus pedido por ela foi negado no início
desse ano. Mas mesmo que isso tivesse acontecido, ela não poderia ser
filiada compulsoriamente a nenhum partido, tampouco ser indicada para
dirigir uma comissão no Congresso. As comissões da Câmara e Senado são
compostas e dirigidas por parlamentares. Por fim, um presidente de
comissão não pode indicar cargos para outra comissão.
Sendo assim, a forma mais simples de Suzane Richthofen chegar à
presidência da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara seria
terminando de cumprir a pena na prisão de 39 anos (o que aconteceria em
2045), esperar oito anos (prazo da Lei da Ficha Limpa), se candidatando a
deputada em 2054 e, com acordos políticos, chegar à presidência da
Comissão em 2055, com nada menos do que 72 anos.
(boatos.org)
De qualquer maneira, a história parece crível porque há muitos bandidos que os cristãos protestantes usam para aumentar seus rebanhos. A compensação pelos crimes é a fama (e dinheiro) advinda do fato de se propagandear os crimes cometidos. Quanto mais terríveis são os crimes, mais facilidade para seus praticantes ficarem famosos (e ricos) contando seus casos por aí.
Os criminosos não precisam mais praticar crimes fora da lei. Basta aceitarem Jesus, falar bem do filho de Deus e do próprio Deus e, claro, contar em detalhes (quanto mais sórdidos, melhor) os crimes cometidos. Ganham dinheiro, prestígio, fama e aplausos. Muitos aplausos.
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