Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







domingo, 23 de março de 2014

Garotinho e Rosinha assumem a defesa da nossa água

Enquanto o governador Sérgio Cabral diz que não disse, ou seja, havia dito que Alkmin poderia retirar água do Paraíba para São Paulo e agora diz que não disse o que havia dito, gerando uma polêmica com o governador paulista, os ex-governadores Garotinho e Rosinha assumem a defesa do Estado (e da nossa região, principalmente) e colocam-se radicalmente contra a transposição das águas do velho rio.

Como eu havia dito, é inadmissível que mais uma vez a gente assista, calado, a transposição do rio Paraíba, nossa fonte de vida, que já perdeu metade de suas águas para o Guandu, que abastece a Guanabara e Grande Rio. São Paulo tem problemas e nós reconhecemos. Como a nossa capital também tem. Mas o que o governador Alkmin deve pedir à Presidente Dilma Roussef não é a nossa água e sim, apoio para reduzir a população de São Paulo, como fez Londres há algumas décadas. 

É melhor investir nossos recursos para que os nordestinos (principalmente) fiquem em suas regiões, dando-lhes condições dignas de vida, do que vê-los sofrer, em sua grande maioria, na periferia paulistana, inviabilizando as condições de vida nas cidades do "sul maravilha". Uma política séria no interior vai demandar recursos, mas é melhor que ter os interioranos invadindo as grandes cidades em busca de oportunidades, o que geralmente não ocorre a contento, pois a maioria vai morar sem dignidade, em favelas.

O governador quer mais água porque a população cresce e sem água não há condições de sobrevivência. São Paulo está se tornando inviável (assim como o Rio e algumas outras metrópolis). Porém, não é retirando água do Estado do Rio, ou de Minas ou de Mato Grosso e Paraná (Estados vizinhos) que os problemas paulistanos serão resolvidos. 

De parabéns, mais uma vez, a prefeita e ex-governadora Rosinha e o deputado e ex-governador Garotinho, por mais essa defesa de nossos direitos. As forças vivas da sociedade devem se mobilizar para mostrar a Alkmin, Cabral e Dilma Roussef que não vamos aceitar, de maneira alguma, mais retirada das águas do Paraíba para os irmãos paulistanos: Seria "cobrir um santo descobrindo outro", como diz o dito popular.   

Abaixo, nota esclarecedora da prefeita de Campos, Rosinha Garotinho: 

"Como ex-governadora do Rio e prefeita de Campos, não poderia jamais aceitar uma perda tão considerável para nosso estado, região e município. Não podemos admitir mais nenhuma perda.

O Estado do Rio de Janeiro já foi prejudicado com a perda do ICMS do petróleo, o único produto taxado no destino e não na origem. Querem tirar os nossos royalties. O Rio já perdeu a capital do país. Agora querem tirar a nossa água?

O Paraíba já sofreu com a represa de Guandu. A cada estiagem, de agosto a outubro, o nível fica menor. Com a transposição, a situação se agravaria, podendo prejudicar o abastecimento de água para as pessoas e a agricultura.

O Rio Paraíba recebe esgoto não tratado desde a sua nascente, em São Paulo. Não podemos esquecer que há duas hidrelétricas projetadas para a região, o que diminuiria ainda mais o nível das águas. Fora indústrias que nem são de Campos - e muitas vezes são de outros Estados -, que contaminam o rio Paraíba regularmente, como temos presenciado.

Com menor vazão de água, a língua salina da foz iniciaria um processo de desertificação, que inviabilizaria as atividades agrícolas. O que aconteceria com a perda da força da água, por exemplo, com o mar avançando ainda mais sobre São João da Barra e salinizando a região?

Eu não acredito em uma decisão da Presidente Dilma Rousseff para beneficiar um Estado em detrimento de outro, porque a água é essencial à vida.

Sou contra a proposta anunciada, e compreendo que São Paulo não pode resolver seus problemas prejudicando milhões de habitantes de outro Estado da Federação". 
Rosinha Garotinho.

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