Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







domingo, 20 de abril de 2014

Para se entender a disputa pela Crimeia

Para se entender o que ocorre na Ucrânia, no que tange à disputa pelo território da Crimeia, deve-se analisar o processo histórico.  A Crimeia tornou-se parte do Império Russo com Catarina, a Grande, em 1783. Em 1954 Nikita Krushov, líder soviético, transferiu a península para a Ucrânia que, então, fazia parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. 

Recentemente, os trabalhadores da Crimeia visualizaram um meio de melhorar de vida. Bastava fazer parte da Rússia novamente para serem regidos pelas mesmas leis. Com isso, seus salários aumentariam quase 200%, o que refletiria em suas aposentadorias. Iniciaram as manifestações e tiveram apoio da Duma de Estado (Câmara Baixa do Parlamento Russo) que aprovou a anexação da Crimeia ao país.

Registre-se que 58% da população é russa e 77% têm o russo como o idioma primeiro. No referendo da Crimeia, 96,77%dos eleitores  querem o retorno do território à Rússia. Na Crimeia trabalham 200 mil pessoas no setor público e a média salarial é equivalente a R$ 700,00. Na Rússia, a média salarial é de R$ 1.900,00. 

Para a Rússia, se pode haver um ganho político, por outro lado, haverá uma perda econômica considerável, pois, para elevar os salários serão necessários R$ 2,6 bilhões anuais.  Além disso, a Crimeia precisa urgentemente de investimentos em infraestrutura. Redes de transmissão de energia elétrica, estradas, pontes, portos e aeroportos. 

O orçamento da Crimeia não cobre 35% das necessidades. Ou seja, além de sofrer sanções que estão sendo impostas por parte da Europa e Estados Unidos da América por conta da aceitação em anexar o território da Crimeia, a Rússia sofrerá perdas significativas em seu orçamento. Vale a pena, então, anexar a Crimeia? Talvez, porque a questão não é econômica, mas sim, política. 

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