Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sexta-feira, 4 de julho de 2014

Mãe de aluno mata professora a facadas... na França

Deu na Folha de São Paulo e eu pensei: “lá, como aqui?”

Trata-se do esfaqueamento de uma professora, de 34 anos, por uma mãe de aluno, hoje pela manhã, em Albi, sudoeste da França. O crime, ainda não explicado (nem os nomes divulgados) ocorreu hoje, sexta-feira, pela manhã, na frente dos alunos. A mãe assassina chegou, puxou uma faca e atacou a professora, que morreu.

O crime ocorreu numa escola pública e a promotoria de Justiça está investigando o caso. O presidente François Hollande lamentou, dizendo que foi  um episódio abominável. Mas acontece que pesquisas revelam que têm ocorrido agressões a professores e diretores de escolas em várias partes da França.

Um dos motivos para que meus filhos e minha esposa sugiram que eu deixe de lecionar é justamente a violência contra professores no Brasil.  Eu resisto, mas os dados são alarmantes e, claro, preocupantes. Os adolescentes sabem que nada demais vai acontecer com eles. Abusam da liberdade que têm nas escolas, ameaçam quando recebem notas baixas ou quando discordam de conceitos já arraigados em suas cabeças, principalmente no que tange à religião ou o que acreditam ser verdades (pelas quais não aceitam questionamento).

Enfim, os motivos são vários e providências devem ser tomadas. Numa das escolas que leciono, de manhã à noite, dois a três policiais militares ficam de prontidão. Pelo menos intimidam. Mesmo assim, agressões ocorrem, entre alunos e contra professores. Creio que não são extremadas porque, com medo, os professores evitam discordar de algumas opiniões. Eu, que nada temo, pareço ser um alvo fácil para a raiva dos adolescentes...     

E, agora, constato que não é um problema só nosso. Então, é lá como aqui. Triste.

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