Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Em defesa do Estado de Direito e contra os golpistas

Há um grupo de pessoas que revela sua tendência golpista ao deixar de lado o discurso político para atacar frontalmente o governo da presidente Dilma Roussef, buscando o caos para forçar seu impedimento. Tem aqueles, nesse grupo, que defendem uma intervenção militar. 

Assim como os nazistas infiltrados em instituições diversas na Europa e em outras partes do mundo, os golpistas brasileiros aproveitam momentos como este, de crise, para insuflar os ingênuos a reagirem emocionalmente. Conseguem adeptos, porque usar a razão é muito difícil para a maioria das pessoas, mesmo aquelas educadas. 

Um bando de inconsequentes que só desejam o caos, sem nenhuma proposta revolucionária concreta. E pior: um bando de direita, que tenta macular a imagem da esquerda brasileira e latina. Qualquer liderança em favor do povo é logo estigmatizada como "populista". Um bando que só está satisfeito quando seus membros são beneficiados (honesta ou desonestamente). 

Tentar a derrubada, inclusive com o uso dos militares, é fazer o jogo do imperialismo americano (é o que fazem os EUA no norte da África). Tentar a derrubada de um governo que foi reeleito recentemente, em meio a uma crise econômica que já era esperada e que atingiu a Europa em cheio há alguns anos, é mostrar que o Brasil pouco importa para esse bando. O povo brasileiro, muito menos.

Mesmo os que não viveram (e sofreram) com a ditadura militar -brasileira, argentina, chilena, uruguaia, entre tantas outras - sabem que seria um retrocesso, um retorno ao passado sombrio que tivemos. Aqueles que não sabem, antes de replicar as postagens desse bando neo-fascista, deveriam conhecer a história do nosso país de 1954 para cá. O Brasil seria uma grande nação não fosse o golpe de 64. As reformas de base de Goulart tornariam o país uma grande potência. Tudo acabou com o golpe e o domínio americano, com a Vênus Platinada, criada nessa época, servindo de porta voz dos golpistas (americanos e brasileiros).

O próprio Carlos Lacerda arrependeu-se de ter sido um golpista. O mesmo ocorreu com Ulisses Guimarães, a Igreja Católica fez a mea culpa e foi a primeira a denunciar publicamente as torturas nos porões da ditadura. Ou seja, a quem serve o golpe? Quem se serve do golpe? Certamente não é a grande maioria da população. Certamente não é o Brasil.

Criticar o governo (qualquer governo) é papel das oposições, de qualquer pessoa. Mas motivar um golpe de Estado, um impeachment, quando as instituições estão funcionando normalmente, os crimes contra a economia sendo denunciados e apurados e os envolvidos sendo presos e julgados, enfim, é querer o caos. Não há nenhum projeto para a nação, não há o aspecto ideológico colocado às claras para o debate público. 

Há necessidade de reformas? Sim. Mas isso é decidido no diálogo, na negociação. Não sou petista, mas os erros do PT estão sendo divulgados, seus "malfeitos" sendo apurados e os responsáveis, julgados e condenados. Isso é democracia, mesmo que formal. Quem hoje prega e torce pelo caos é anti-brasileiro, é golpista. E mais: é um bando sem coragem para pregar a revolução com uma proposta clara de governo. Até porque, se esse bando tivesse uma proposta, esta não seria a favor da maioria do nosso povo, mas de uma elite que, mesmo na democracia, só ganha. 

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