Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quinta-feira, 11 de junho de 2015

A rebeldia de Genásio, Albertinho, Deyvison, Gil e Magal

Se o eleitorado de vereadores  como Genásio, Albertinho, Magal, Deyvison e Gil Viana cobrassem coerência de seus representantes, por certo os nobres edis não teriam votos. Sequer de suas famílias. Na votação de ontem na Câmara, quando a maioria aprovou o projeto que prevê antecipação de receita dos royalties, via empréstimos bancários (proposto por Garotinho e aprovado pelo Senado), aqueles vereadores deixaram claro a falta de escrúpulos e de conduta alicerçada na ética.

Interesses particulares dos edis ganharam espaços maiores em suas mentes pouco afeitas à lógica ou à racionalidade. Com base no dito que "a ética na política é outra", posicionaram-se contra um procedimento legal e justo - a antecipação de receita por conta da queda brutal dos royalties do petróleo - e criticaram duramente o governo Rosinha, responsável direto pela eleição de todos eles no pleito de 2012. 

Claro que nenhum deles confessa os reais motivos de se voltarem tão acintosamente contra o governo e a liderança política de Garotinho. Com isso, tentam passar a impressão que estão contra o governo porque preferem ficar com a população, como se a população fosse em algum momento prejudicada com as ações da Prefeitura. Ao contrário, a parte da população que fingem defender é justamente aquela mais beneficiada por um governo popular que, justamente por isso, causa irritação em setores da classe média.

Os nobres vereadores querem privilégios e, como não conseguem justificar para o eleitorado o não cumprimento das promessas de campanha (cargos e empregos que, em geral, prometem, contando com o alargamento da estrutura administrativa), sofrem desgaste em suas bases. Em verdade, prometeram o que não podem cumprir. Além, é claro, de possíveis dívidas de campanha que não conseguem saldar, o que, normalmente, lhes tira o sono. 

No caso de Genásio, há que se fazer uma ressalva: ele recebeu uma ordem divina (e como é muito religioso, cristão e, portanto, sem pecados - nem em pensamento pensa na mulher do próximo, em benefícios pessoais, e, caso tome um tapa do inimigo, oferecerá a outra face) para não votar a favor do governo. Como Deus lhe falou "pessoalmente", não lhe restou outra alternativa se não a de votar contra sua consciência, porque o divino é mais forte e importante que sua autonomia. 

A comicidade das situações poderá render crônicas engraçadas num futuro próximo. No momento, estou sem tempo, mas eles merecem e farei um esforço para não demorar muito a registrar e compartilhar seus feitos enquanto representantes da população de Campos. No mínimo, representantes de seus respectivos eleitorados.  

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