Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sábado, 3 de outubro de 2015

Câmara de Italva cria mais cargos de assessor

Num momento em que a crise econômica agudiza, causando sérios problemas de caixa para os executivos federal, estaduais e municipais, a Câmara de Vereadores de Italva, com total anuência da Prefeitura, cria mais cargos nas assessorias de gabinetes, com salários de R$ 3.000,00.

Para se ter uma ideia, a Câmara de Campos está se preparando para cortar salários de vereadores e assessores, para adequar os gastos ao orçamento, que vai se reduzindo em consequência da queda na arrecadação própria do município. Como o orçamento da Câmara está vinculado à receita própria do Executivo, a queda na arrecadação implica em redução do valor estimado para o Legislativo.

O mesmo está ocorrendo em muitas outras Câmaras de Vereadores do país e, mesmo, de Executivos fortes como é o de Porto Alegre, que está com dificuldades para cumprir seus compromissos. Campos teve que demitir contratados, assim como Macaé e Cabo Frio, entre outras cidades próximas.

Por isso não dá para entender como a Câmara de Italva aumenta despesas neste momento. Dizer que Italva não está em crise é faltar com a verdade, porque o município ainda faz parte do país. Portanto, é também atingido com a crise. Por certo houve ou haverá em breve redução na parcela do Fundo de Participação dos Municípios.

Caso não fosse uma questão econômica, no mínimo por questões morais. Sim, porque é imoral, num momento crítico como este, o aumento de assessores, quando o que se vê pelo Brasil afora é o corte de pastas e, em consequência, de cargos comissionados. Alegar que é legal (com base na lei 1078 de março deste ano de 2015) não muda o quadro de imoralidade.

Pelo visto e por óbvio, no Legislativo italvense sobra dinheiro. Então, que se devolva aos cofres públicos, podendo até ser discutido sua destinação. Muitos chefes de família estão desempregados e suas famílias passando necessidades. O dinheiro poderia retornar ao Executivo para ser destinado a auxiliar essas famílias, via Promoção Social.

Todavia, é sabido que o Executivo de Italva está amalgamado à Câmara de Vereadores, de tal maneira que são, os dois poderes, representados por seus respectivos chefes, “almas gêmeas”. Assim sendo, fica claro que o prefeito apoia a medida adotada pela Câmara, de aumentar sua assessoria.


Resta a indignação da comunidade, que deve reagir a esse tipo de despesa nesse momento crítico. Até porque, como todos sabem, o prefeito Leonardo Guimarães  até agora não disse a que veio. Não fez absolutamente nada de relevante que justificasse a confiança nele depositada. E o Legislativo é conivente. Soa como promiscuidade, o que é inadmissível ética e moralmente. Com a palavra os italvenses. 

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