Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quinta-feira, 26 de maio de 2016

Curso no Museu sobre Campos



CURSO: CAMPOS: IDENTIDADES, MEMÓRIAS E HISTÓRIAS                                  CARGA HORÁRIA: 20h
INSCRIÇÕES: Enviar nome, matrícula, e-mail e telefone para o e-mail: multi.diversidade.campos@gmail.com ou comparecer ao Dep.Multiprofissional  

CRONOGRAMA DAS AULAS:
02/06/2016 – quinta-feira às 18:00h às 22h no Museu – Um olhar sociocultural sobre a planície Goitacá –Gilberto Coutinho
03/06/2016 – sexta-feira às 18:00  às 22h no Museu – Oficina
04/06/2016 – sábado às 8:30h as 16h – aula de campo

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Cunha está custando aos cofres R$ 500 mil mensais



Afastado da Câmara, Cunha tem gastos que ultrapassam R$ 500 mil por mês
Agência O Globo


  © Foto: Ailton de Freitas/Agência O Globo

A Câmara gasta cerca de R$ 400 mil mensais com o custeio da residência oficial que está sendo ocupada pelo deputado Eduardo Cunha, afastado do cargo de Presidente da Casa e do mandato pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, Cunha tem direito a salário mensal de R$ 33,7 mil e verba de R$ 92 mil para pagar os funcionários do gabinete, elevando os gastos para mais de R$ 500 mil por mês.
Os dados foram levantados pelo PSOL e estarão em documento a ser entregue à Procuradoria Geral da República junto com pedido de suspensão de pagamento de benefícios a Cunha, garantidos por ato da Mesa Diretora. 

Os cálculos incluem o salário pago à servidora da Câmara que administra a residência oficial (R$ 28,2 mil); um contrato de prestação de serviços de copa e cozinha (R$ 35,9 mil, já incluídos os salários de um chefe de cozinha, três cozinheiros, dois auxiliares de cozinha, quatro garçons e duas arrumadeiras) e um contrato de serviço de vigilância terceirizada (R$ 60,3 mil). O partido também incluiu na conta um contrato de R$ 29,3 mil para o pagamento de quatro motoristas.
Para os gastos com a segurança pessoal de Cunha, garantida pelo ato da Mesa Diretora, o PSOL também calculou o pagamento de 16 agentes do Departamento de Polícia da Casa (Depol), estimando um gasto de R$ 217 mil. Há ainda despesas mensais com alimentação, água, luz e telefone, totalizando cerca de R$ 35 mil.

A Diretoria Geral diz não saber o gasto exato com a manutenção da residência oficial. Informa, no entanto, que Cunha usa o automóvel pessoal e um dos veículos da Casa como escolta. No carro pessoal, o motorista é funcionário de seu gabinete. No da escolta, da Câmara.

Além de custear Cunha, a Câmara também terá que achar outro local para a residência oficial, momentaneamente. Exercendo interinamente a função de presidente, Waldir Maranhão (PP-MA) não pode usar a residência, já ocupada por Cunha. Os aliados de Maranhão reivindicaram para ele um local para receber deputados e convidados, além de benefícios como staff presidencial e alimentação.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Edson Batista recebe prêmio nacional por sua gestão na Câmara


Em razão de sua contribuição na valorização da cultura, da ampliação da interlocução do Legislativo com a sociedade, além de outras iniciativas inovadoras, o presidente da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, Edson Batista (PTB), será agraciado nesta quinta-feira (19)  pela União Nacional de Vereadores (UNV), de São Paulo, como “Presidente 2016”, e em Belo Horizonte, como “Vereador Mais Atuante” do seu município, na sexta-feira (20) através do Instituto Tiradentes.

Na capital paulista, Edson Batista fará um curso de capacitação para prefeitos, vereadores, vice-prefeitos, secretários municipais, gestores, assessores e servidores públicos, promovido pela UNV.

As honrarias se devem a realizações na comunicação pública e outras como o Parlamento Regional e a criação da Emugle (Escola Municipal de Gestão Pública) além de iniciativas na área cultural.
O evento em São Paulo acontece entre os dias 18 e 22 de maio; já em Minas Gerais, o encontro acontece nos dias 19 e 20. O Instituto Tiradentes realizou uma pesquisa por amostragem via consultas telefônicas.

Em primeiro lugar ficou Edson Batista, seguido dos vereadores Nildo Cardoso (DEM) e Alexandre Tadeu (PRB). Está é a segunda vez que Batista é indicado pelo instituto mineiro. Em 2014, ele ganhou a Medalha Tiradentes como “Político em dia com o Tribunal de Contas”.

“Isso é fruto do trabalho da Câmara como um todo, que colocou nosso legislativo no circuito nacional. Seja através do Giro Legislativo, que trouxe para Campos autoridades políticas nacionais como um ministro; seja pela nossa TV, com documentários apresentados em São Paulo; com o Parlamento Regional; com minha presença como superintendente da União dos Vereadores do Brasil (UVB) no Estado do Rio; entre outras ações”, explicou Edson Batista.

“Antes, a nossa Câmara só era conhecida até Serrinha. Hoje, isso mudou. Mas isso é fruto do trabalho da Câmara como um todo, que colocou nosso Legislativo com ações no âmbito nacional, a exemplo de outras câmaras de municípios também importantes, seja através de sua presença em eventos como o Giro Legislativo, que trouxe para Campos autoridades políticas nacionais como um ministro; seja pela nossa TV Câmara, com a produção de documentários sobre vultos ilustres de nossa história que foram apresentados em São Paulo; ou através do Parlamento Regional, com nossa presença como superintendente da União dos Vereadores do Brasil (UVB) no Estado do Rio; entre outras ações”, explicou Edson Batista.

DIVISOR DE ÁGUAS – O procurador do Legislativo campista, Luiz Felippe Klem, que tem coordenado o Ciclo de Seminários Pós-Petróleo/ Novos Caminhos para o Desenvolvimento, realizado às quintas-feiras na Câmara, lembrou o “divisor de águas” que tem se tornado o Legislativo campista a partir da atual Mesa Diretora.

“A gestão do doutor Edson Batista é um divisor de águas. Antes, as pessoas vinham aqui para pedir emprego. Hoje, elas vem para assistir a seminários sobre capacitação profissional, empreendedorismo e desenvolvimento regional que apontam para a geração de emprego trabalho e renda”, comentou.

(Matéria extraída do site Campos 24 Horas)

quinta-feira, 12 de maio de 2016

O PMDB assume o governo, novamente. Vida que segue.

Mais uma vez o PMDB assume a Presidência da República apenas com os votos dos deputados e senadores e, mais uma vez, o Vice-Presidente, um dos próceres do Partido, lidera a administração nacional. A diferença de hoje com a eleição indireta que colocou José Sarney no poder e a "era Collor", quando assumiu Itamar Franco, todavia, é enorme, pois contra Dilma foi um golpe. O país está dividido entre o desejo dos ricos (FIESP, banqueiros, Globo) e dos pobres (a esquerda brasileira que defende a continuidade dos programas de transferência de renda para minorar os graves problemas sociais do país.

Lula e o PT, incluindo os mandatos de Dilma Roussef, não deixaram um legado digno de registro histórico. Ao contrário. Mesmo tendo ganho elogios internacionais com a redução da pobreza, o que fizeram foi mais do mesmo. Ou seja, ampliaram programas sociais e criaram outros, beneficiando milhões de brasileiros. Por outro lado, não houve um projeto posto em prática que revelasse um norte que pudesse conduzir o Brasil no caminho que pudesse colocá-lo, num futuro próximo, no "primeiro mundo". E os ricos foram mais beneficiados que os pobres, criando um paradoxo: um Partido dos Trabalhadores que salvaguarda o patronato. 

Obviamente que não foi por isso que Dilma Roussef foi afastada do cargo, em termos técnicos ou legais. Os motivos arranjados pela direita para derrubá-la seriam ridículos se não fosse a culminância do processo, que é uma tragédia: decretos sem autorização do Congresso e abertura de crédito sem dinheiro em caixa. Coisas que todos fizeram, não só Presidentes, mas também governadores e prefeitos. Só que, não tendo nada contra Dilma que pudesse gerar uma cassação, esses motivos foram suficientes, já que ela não tem o controle do Congresso. 

Enfim, o PT pagou pelos seus erros. O governo foi "amiguinho" e seus "amiguinhos" deram um golpe. Para a Nação, uma catástrofe. Para o nosso dia a dia, quase nada vai mudar. Já passamos por crises piores. O triste é que o PT fez com que a esquerda ficasse desmoralizada, agindo como a direita. 

Vamos nos preocupar, agora, com as eleições municipais, pois as campanhas político/eleitorais nem sequer começaram, justamente porque todos nós estávamos absorvidos pelos debates no Congresso. Vida que segue e sonhos que se distanciam de nosso horizonte...

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Garotinho na CNT fala sobre conversa com Dilma e Temer



Um dos principais inimigos do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, o ex-governador Anthony Garotinho, esteve em Brasília conversando com a presidente Dilma com o vice, Michel Temer, com quem tem boas relações. Em entrevista ao programa Jogo do Poder, da CNT, que foi ao ar na noite neste domingo (01), ele revela ter sugerido aos dois um ‘ato de grandeza’, que seria uma renúncia coletiva para tirar o país da crise e livrá-lo das mãos de Eduardo Cunha. “Não podemos ter um parlamento comandado por um ladrão”, disse o ex-governador. A entrevista foi reproduzida no jornal O DIA pelo repórter Caio Barbosa, que participou do programa. Leia alguns pontos da fala de Garotinho durante o programa:


AVALIAÇÃO DO CENÁRIO POLÍTICO BRASILEIRO – Estamos num caminho perigoso. O melhor seria a presidente e o Michel Temer terem a humildade de dizer que não há governabilidade e convocassem eleições para que o povo pudesse votar. Ela se queixa de mandar as coisas para a Câmara e o Eduardo Cunha só votar as pautas-bomba. Ela tentou e não conseguiu. Ao contrario do que as pessoas pensam, a Dilma não está sendo julgada por corrupção. Mas por pedalada fiscal.

SOBRA AS TAIS PEDALADAS FISCAIS – São dois pontos: ela tinha convênio com o Banco do Brasil e com Caixa Econômica. O BB pagava aos produtores o dinheiro do plano Safra e o governo pagava a diferença, a equalização. Com a Caixa era o Bolsa Família. Ela pagava e até o fim do ano o governo deveria devolver o dinheiro. Mas no fim de 2014 o governo não pagou e ficou um buraco. Houve roubo? Não. Houve uma dívida do governo federal com os seus bancos públicos. Isso é certo? Pela Lei de Responsabilidade Fiscal, não. Mas isso é motivo para cassar um presidente da República? O Lula fez isso. O FHC fez. Todos os governadores fazem. O Rio não faz pedalada, mas uma maratona fiscal. É muito pior. E nem paga salário!

OUTRO CRIME QUE DILMA TERIA PRATICADO – Ela editou oito decretos de suplementação sem autorização do Congresso. O que todo mundo sempre fez. O maior destes decretos foi feito pelo Temer quando Dilma estava viajando. Então, por que tirar ela e não ele? Sou a favor de tirar os dois. O que PT fez, com a cúpula antiga de José Dirceu, Delúbio, Vaccari, olha… mas trocar isso por Eduardo Cunha, Moreira Franco, Eliseu Padilha e essas figuras carimbadas como Jader Barbalho e Sarney?! Pelo amor de Deus!

SAÍDA PARA A CRISE – Eu prego a renúncia de Dilma e Temer, falei isso para os dois. É mais digno. Foi o que falei com o Temer: “você e a Dilma têm de chegar na televisão e dizer à população que, pelo bem do país, vão colocar os mandatos à disposição para que o povo eleja alguém com legitimidade para arrumar esta confusão.

EXONEREI CUNHA PORQUE ERA LADRÃO – Tenho boa relação com ele. E perguntei o que vão fazer com o Cunha. Não podemos ter um parlamento comandado por um ladrão. Eu demiti Cunha da Cehab (Companhia Estadual de Habitação) como ladrão. E esse homem hoje está aí…

O QUE SE VIU DELE ATÉ AGORA É FICHINHA – O que se descobriu dele até agora é fichinha. O Ministério Público sabe. A delação do Ricardo Pernambuco, da Carioca Engenharia, deu o número da conta, o nome do banco, e os valores depositados em Israel, na Suíça e nos EUA. São R$ 52 milhões só da Carioca Engenharia. E a Andrade Gutierrez? E as outras todas? Como um cidadão pode presidir o parlamento brasileiro sendo réu do STF por corrupção?!

A CONVERSA COM DILMA – Estava muito abatida. Ela me disse: “Veja como são as coisas: vou ser condenada num julgamento comandado por um bandido”. Eu respondi: “a senhora sempre soube que ele era bandido. Ele não é bandido por estar julgando a senhora. É bandido há muito tempo. Vocês deixaram. Bandido é assim. Ameaça pular a janela. Ameaça arrombar a porta. Daqui a pouco ele entra na sua casa. Foi o que aconteceu”. Ela perguntou: “o que você acha que devo fazer? Tem gente que acha que devo sair, outros que devo ficar resistindo. Eu falei: “presidente, por que a senhora não toma a iniciativa e entrega o mandato para que o povo escolha?”.

REAÇÃO DA PRESIDENTE – Não posso falar. Mas ela ligou para o Ricardo Berzoini (Secretário de Governo) e disse: “O Garotinho deu uma boa ideia. Falou para convocarmos uma cadeia de rádio e televisão, a imprensa internacional e eu falar que saio, mas para o Temer sair também e o povo escolher o novo presidente”.

TRAIÇÃO DE SÉRGIO CABRAL – Mas aí não passa (risos). Deputado não quer abrir mão de mandato. E ela estava muito chateada. Disse: “olha, Garotinho, tudo que eu e o Lula fizemos por aquele Sérgio Cabral e ele me manda o filho vir aqui votar contra. Isso é coisa de um vagabundo. Gente sem palavra”.

A CRISE NO ESTADO – Avisei que isso iria acontecer. Quando começaram a dar incentivos fiscais para termas, casas de massagem, para o cabeleireiro da mulher do Cabral, eu sabia que o negócio iria quebrar.

ISENÇÕES IMORAIS – O governo federal emprestou o dinheiro. Chegou a hora de pagar. Nos últimos 6 anos, o Rio concedeu de incentivos fiscais e diferimentos R$ 138 bilhões. Isso dá para pagar a folha dos servidores por cinco anos. Uma coisa é dar incentivo, como eu dei para Peugeot-Citroën, para o Pólo Gás-Químico, que gera emprego e renda. Outra é dar para termas. É até imoral.


DESCULPA ESFARRAPADA – A crise no governo estadual não tem a ver com royalties. O Estado recebia R$ 8,5 bi e agora recebe R$ 5,5 bi São 3 bi. Num orçamento de R$ 76 bi não é nada. Campos perdeu R$ 1 bi no orçamento de R$ 2,5 bi e nem por isso atrasou salários. A crise no Rio tem três pilares imperdoáveis: a farra dos incentivos fiscais, o aumento da terceirização — alugaram até ar refrigerado de escola e viatura da polícia. E o aumento exponencial da corrupção.

domingo, 1 de maio de 2016

Edson Batista fala sobre eleição municipal


No dia do Trabalhador, domingo, 1º de maio,  Fabiano Venâncio, do jornal virtual Campos 24 Horas, entrevistou o Dr. Edson Batista, presidente da Câmara. Sem pedir licença ao meu amigo Fabiano, reproduzo aqui, para meus seis leitores, a reportagem:

Campos 24 Horas– Como um dos pré-candidatos a prefeito, como avalia a movimentação das candidaturas neste período eleitoral?

EDSON BATISTA– De nossa parte, além de mim há outros companheiros de nosso grupo político que colocaram seus nomes à disposição como pré-candidatos, o que considero absolutamente legítimo. São pessoas que tem sua folha de serviços prestados à nossa comunidade. Mas eu avalio que mais importante do que a discussão de um nome desta pessoa são os compromissos que ela tem para dar continuidade ao nosso projeto político, que visa, acima de tudo, conciliar o desenvolvimento com justiça social. Do lado da oposição, avalio que há ali um ajuntamento de pessoas sem uma coesão interna ou uma concepção comum em torno de um projeto político para Campos. Ficam apenas na crítica pela crítica, cada um atira para o lado, sem apontar um projeto consistente com caminhos e soluções. Se tiverem algum projeto alternativo, que então apresente para debater com a sociedade.

C24H – E os embates com a oposição na Câmara? Como o senhor avalia essa movimentação num ano eleitoral com os debates cada vez mais tensos e acirrados no plenário do Legislativo?

EDSON  – A Câmara é uma casa política em sua essência, é da sua natureza como palco maior dos debates políticos sobre os problemas do município. Porém, por ser um ano eleitoral, esses debates se tornam ainda mais acirrados e contundentes, o que é natural neste período.

C24H- E sua experiência como gestor na condição de presidente da Câmara? Quais as ações, novidades e perspectivas?

EDSON – Temos buscado desenvolver esta nossa gestão na Câmara dentro de três pilares: a transparência, com o acesso da sociedade aos contracheques dos assessores e vereadores, que agora terão também suas declarações de Imposto de Renda publicadas. Outra vertente é a participação da sociedade, com a realização de inúmeras audiências públicas sobre diferentes temas de interesse da comunidade. Nenhum assunto deixou de ser debatido nessas audiências, onde temos encaminhado propostas, caminhos e soluções junto às autoridades. O terceiro pilar de nossa gestão é o resgate histórico e cultural de nossa cidade, com a produção de documentários e minibiografias dos vultos ilustres de nossa historia que andavam um tanto esquecidos, como Nilo Peçanha, José do Patrocínio, Benta Pereira, Saldanha da Gama, Ricardo Kirk, Luiz Carlos de Lacerda, Manoel Theodoro, entre outros, e que agora serão perpetuados com monumentos no Corredor Histórico e Cultural que inauguramos na parte externa do prédio da Câmara.
Criamos também um fundo especial pelo qual criamos a Emugle (Escola Municipal de Gestão do Legislativo), a TV Câmara, agora em breve com sinal aberto, além da Biblioteca Virtual, onde preservamos de forma digital obras de autores campistas. Tivemos o Parlamento Mirim, que surgiu do projeto Bonde da Historia/Estação Câmara, reunindo 15 mil estudantes que tiveram noções do funcionamento da Câmara, da importância da política, do voto e da cidadania.

C24H- Então, a experiência tem sido enriquecedora…

EDSON  – Tem sido exatamente em razão dessas conquistas que obtivemos com o apoio e a participação de todos os vereadores. Elaboramos e aprovamos a Lei Orgânica do Município, criamos o Parlamento Regional, onde fortalecemos o encaminhamento das demandas e soluções dos problemas da região, entre outras realizações.

C24H – E sua pré-candidatura? De que forma tem sido discutida a sucessão municipal no âmbito da Frente Popular Progressista?

EDSON  – Ao lado do PR, o PTB é outra força política na Câmara, com três vereadores e a presidência da Câmara. Estamos construindo uma aliança na eleição proporcional entre os dois partidos. Com relação à eleição majoritária, estamos discutindo internamente de forma democrática e fraterna com todos os outros companheiros. Temos uma vivência política de cinco mandatos como vereador, além de nossa experiência de gestor como secretário municipal de Saúde, subsecretário estadual de Saúde, no governo Leonel Brizola, assim como diretor do Hospital Ferreira Machado, também do Alvaro Alvim, entre outras responsabilidades que assumirmos como político e médico.
Agora, estamos na presidência da Câmara, onde buscamos desenvolver uma gestão com base em três princípios: a transparência, participação popular e o resgate cultural e histórico do município. Mas a decisão que vier de parte de nosso grupo, estaremos prontos para acatá-la. Mais importante do que os nomes, como eu já disse, é o nosso projeto para continuarmos avançando na construção de uma Campos mais desenvolvida e com melhores indicadores de desenvolvimento humano e social.

C24H – Em sua avaliação, qual o legado deixado pela prefeita Rosinha Garotinho?

EDSON – Rosinha cumpre uma linha programática clara, definida por nosso grupo político, que recebeu uma herança de cerca de 40 mil pessoas na linha de exclusão, fora das mínimas condições de cidadania, sem acesso à educação, saúde, saneamento básico, luz e água potável, até mesmo com problemas de nutrição. Pessoas que viviam em condições precárias, em situações de risco e alta vulnerabilidade. O que ela fez para dar um basta a essa indignidade? Definiu um programa chamado Morar Feliz, com a construção de moradias para essa gente, com saneamento, água, luz, ruas calçadas, enfim, um conjunto de equipamentos que permitiu transformar a vida dessas pessoas.
Lamentavelmente, esse resgate não foi total em razão da crise que resultou numa brutal redução das receitas dos royalties do petróleo, que financiavam esses projetos, como também o programa Bairro Legal, que igualmente veio transformar a qualidade de vida de outras dezenas de milhares de pessoas, com saneamento, redes de esgoto, ruas calçadas e serviços de drenagem acabando com valas negras e riscos de doenças que ameaçam essas pessoas.

C24H– Mas a oposição tem criticado bastante o governo, acusando-o de operar com um viés populista e assistencialista…

EDSON  – É um equivoco da oposição tentar passar essa imagem de um governo que fez Campos multiplicar o número de microempreendedores. No inicio deste governo eram menos de 2 mil pequenos e microempreendedores, hoje são cerca de 15 mil que formalizaram seu pequeno negócio. São pessoas que passaram a ter acesso a linhas de crédito específicas do Fundecam, que agora na gestão de Rosinha passou a ter um novo perfil, direcionado justamente para o pequeno e microempresário, além desses pequenos empreendedores. Ao contrário de antes quando o que se viu foi milhões de reais que saíram dos cofres públicos para as mãos de pessoas de fora e vieram para aqui sem contrapartida. Os donos demitiram seus empregados, sumiram com o dinheiro, que agora a prefeitura busca recuperar através dos serviços da Dívida Ativa.
Ao invés de financiar aventureiros e oportunistas de fora, o Fundecam agora abre espaço para dar oportunidades ao empreendedor campista, fazendo o dinheiro circular em nosso município e aqui permanecer nas mãos desses nossos pequenos empreendedores. Quanto a ser taxado de populista, nosso DNA é de um governo popular, sim. Governar para todos, mas com um olhar especial para as camadas mais necessitadas.

C24H- Como o senhor avalia a crise e seus impactos em Campos?

EDSON – A crise traz alguns aspectos salutares e grandes lições como o fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais, que gera uma relação de promiscuidade entre o público e o privado. Que possamos extrair dessas lições uma perspectiva de renascimento de um novo país. É uma crise global atingiu a todos, mas de forma diferenciada. No plano nacional, ela foi agravada pelo déficit das exportações com a queda dos preços das matérias-primas, mas também pela corrupção nas estatais, como a Petrobras, Furnas, o Banco do Brasil, que contou com a marca do aparelhamento do Estado pelo PT, através da interferência dessas empresas no setor estatal como jamais foi visto neste país. Os outros partidos aliados também tem culpa no cartório, mas foi o PT quem patrocinou essa lógica do aparelhamento da máquina pública.

C24H – O senhor falou que a crise atingiu a todos, mas em alguns casos de forma diferenciada… Como assim?

EDSON– Sim, porque em Campos e outros municípios produtores de petróleo, as receitas dos royalties tem importância significativa em seus orçamentos. Em Campos a receita dos royalties já teve participação de mais de 70% do Orçamento; hoje é de pouco mais de 52%, de 2009 para cá. Em outros municípios, a dependência dos royalties é de mais de 80% do Orçamento.
C24H – No caso da crise em que mergulha o governo estadual, essa culpa atribuída à queda das verbas dos royalties não procede, então?
EDSON – Não procede porque as receitas dos royalties não representam uma fatia substancial no Orçamento do Estado, é menos de 10% da arrecadação.  Ao contrário do que ocorre nesses municípios. O que ocorreu foi que o governo do Estado errou a mão num pacote de isenções fiscais a grandes empresas que representou uma perda enorme de arrecadação de quase R$ 140 bilhões, quase duas vezes mais do que o total do Orçamento estadual. No caso de Campos, a prefeita Rosinha Garotinho, usando de sua experiência como ex-governadora, fez um planejamento e teve o cuidado de realizar os ajustes necessários, de modo a garantir a prestação dos serviços essenciais à comunidade e manter a folha de pagamento do servidor em dia, ao contrário do Estado e outros municípios.

C24H – E os caminhos de Campos rumo ao futuro com o desenvolvimento de uma economia baseada no setor de serviços?

EDSON- Campos é o polo de uma região que tem recebido grandes investimentos por conta do empreendimento do porto do Açu. Consolidou sua posição como polo de serviços na região no campo da saúde, da educação, do lazer e do entretenimento. Agora, com esta crise devido a redução dos royalties, um recursos que é finito, surge a oportunidade de discutirmos outros caminhos para o desenvolvimento. É o que temos feito na Câmara, com a realização do Ciclo de Seminários-Pós Petróleo/ Novos Rumos do Desenvolvimento, onde se sucedem todas as quintas-feiras debates, propostas e soluções para esta nova etapa com a escassez dos recursos do petróleo. A saída consensual é apostarmos no fortalecimento das vocações tradicionais como a agricultura, pecuária e a pesca, passando também pela inovação tecnológica.
É o que temos feito ao reunir nestes eventos representantes do setor públicos, das classes produtoras e da academia para pensarmos esta nova Campos no ciclo pós-petróleo. A propósito, participamos com a Uenf da inauguração do Parque Tecnológico que será fundamental para esse novo ciclo. As experiências e iniciativas existentes, tanto do setor público como do privado, tem sido animadoras e precisamos expandi-las, dentro de novos conceitos de desenvolvimento sustentável para tornar a nossa economia menos dependente dos royalties.
C24H –  E a saúde no município, quais suas avaliações e as perspectivas ?

EDSON BATISTA – Campos é um município com 500 mil habitantes, mas sua rede atende a cerca de 1 milhão de pessoas de municípios da região e até de fora dela. Recursos não faltam porque aqui se investe 50% do Orçamento só na Saúde quando a lei determina percentual mínino de 15%. A grande novidade para os próximos meses é que, com a implantação da rede de urgência, teremos o credenciamento de leitos de UTI, o que significa melhores condições de atendimento e mais recursos repassados pelo governo federal, que praticamente serão multiplicados ao dobro.

C24H -A medicina, o que representa para o senhor?

EDSON –  Embora seja um profissão, a medicina tem um viés de amor ao próximo e solidariedade humana que todos nós devemos levar em conta ao abraçarmos a profissão. São Lucas, nosso padroeiro, e Hipócrates nos deixaram as melhores lições sobre esses compromissos que devem nortear essa nossa missão.

C24H –  E a política, o que representa?

EDSON  – A política é a maior invenção da Humanidade que permitiu ao homem solucionar de forma civilizada os problemas e contradições da sociedade. Antes, havia o recurso único da guerra, das ações bélicas. Depois, a arte da política veio permitir essa saída civilizada através do diálogo, das formas de representação na democracia, tendo o voto como instrumento da vontade soberana do povo.